Hoje apresento um tema, muito sensivel referente aos episódios das séries de Chespirito. A história dos lotes de distribuição de episódios de Chaves, Chapolin e Chespirito por parte da Televisa.
A história começa nos anos 70, quando a recém formada empresa Televisa mandou os programas do Roberto para alguns países da América Central, chegando pouco depois a uma nação sul-americana chamada Chile, onde o canal TVN comprou os direitos dos episódios, exibindo-os na TV aberta.
Nesse lote viriam os denominados episódios perdidos, como O necrotério, Com essas pulgas não se brinca de pula-pula, Aventuras em Vênus entre outros, como a reprise do episódio O Chapolin em Acapulco, exibida nos anos 90 pelo SBT.
Aqui, algumas fotos de gravações feitas pela emissora chilena, postadas no Fórum Chaves, e o vídeo de um episódio perdido que a emissora possiu.
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Episódio "Se beijo fosse sapinho, o mundo seria um brejo" de 1975. |
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Episódio do Chapolin "O bilhete de loteria", clássico do SBT. |
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Um grande clássico do Chaves: "O filme de terror", segunda versão sem Seu Madruga. |
Enfim, este é o primeiro lote de episódios, com os episódios na sua integridade. Outra coisa de consideração é que alguns episódios que receberam dublagem brasileira no fim dos anos 80, já vieram com alguns cortes, como Um festival de vizinhos e Uma pedra no caminho / O extraterrestre, dando a entender que a Televisa já mexia nas cópias dos episódios desde tempos remotos.
Então, no começo da década de 90, coincidindo com a organização definitiva dos episódios do SBT, a Televisa fez isto: tirou alguns episódios que considerou defeitousos, fez lambança na organização de certos episódios, colocando-os para outras temporadas, como Irmão meio biruta / A história de Guilherme Tell de 75 para 74 ou a saga do desjejum do Chaves de 76 para 75, cobrindo o buraco deixado pelas exibições originais de O livro da Chiquinha e Mal-entendidos, e claro, cortando trechos por terem defeitos.
Esse primeiro lote não tem inserção de copyright.
Outra coisa que vale a pena citar é que nesse lote já não estão mais os complementos de sagas, e claro, surgiram algumas edições nas partes incompletas, como Os piratas, segunda parte , O matador de ratos, parte dois e Tudo sobe, até os aviões, que ganharam alguns cortes e inserções de áudio e vídeo nunca vistas.
Anos mais tarde, viria outro lote, do mesmo jeito, mas com uma diferença: depois de uma briga com a apresentadora Paty Chapoy, que reproduziu programas da Televisa sem autorização, a empresa começou a colocar copyright nos clássicos de Roberto Gómez Bolaños, ficando mais ou menos assim.
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Vários episódios do Chaves e Chapolin com o primer formato de copyright feito pela Televisa. |
Tempo depois, fizeram o que não deveriam ter feito: digitalizar os créditos, creditando as BGMs usadas na sonoplastia feita para posteriores dublagens estrangeiras.
Esse proceso também foi feito nos seriados Chapolin e Chespirito, onde boa parte dos episódios dublados pela Gota Mágica tem esse formato de créditos.
Anos mais tarde, voltaram a mexer nos episódios, mas com uma novidade: as cores foram melhoradas, aplicaram um pouco de zoom nos episódios, e claro, melhora da qualidade dos programas, além da volta do episódio Irmão meio biruta / A história de Guilherme Tell a sua temporada original.
Estes, são exemplos claríssimos do que a Televisa mexeu, e bem por um lado, mau por otro.
Anos depois, a Televisa toma algumas medidas em respeito à distribuição de episódios do Chaves e Chapolin: adiciona copyright em alguns episódios dos programas, como este inédito exibido há poucos dias no Multishow.
Ou fazer cortes nos títulos semelhantes dos episódios do Chapolin, exemplo o clássico A volta da corneta paralisadora de 1975. A outra versão também sofre o mesmo corte.
Outra coisa não menor, é que eliminaram as reprises do Chaves, mudando de 278 para 273, causando que a exibição de Os remédios do Quico de 75 se mantenha, e que o episódio O violão do Seu Madruga ocupasse o lugar da exibição original do Quico doente sem Seu Madruga, sendo rebaixado para dois temporadas atrasadas. No Chapolin, não fizeram muita coisa: mantiveram as reprises, mas trocaram uma: O bandido Racha Cuca pela cópia do lote velho de Hospedaria sem estrelas.
Pouco tempo depois, surgiram no Foro Chavo del Ocho comentários de que a Televisa estaria trocando o áudio dos episódios, usando a trilha do desenho animado como a principal. E os fatos se confirmaram, quando em 3 de julio de 2016, o sinal latinoamericano do Canal de las Estrellas exibiu o episódio Deus ajuda quem cedo Madruga com o lote remasterizado usado pelo Blim, denominado por mim como Lote Quico.
As particularidades desse lote são muitas, como por exemplo, o uso das cópias beta dos episódios digitalizados, como o pouco zoom e a descolorização na maioria dos programas. Mas tem muitas coisas ruins, como por exemplo, os remendos do lote anterior, o corte das imagens para que os episódios pareçam que estão em 16:10, e claro, a troca do áudio original por BGMs de segunda mão.
Até agora não foi aplicado o mesmo tratamento do Chavinho ao Chapolin Colorado.
Outro lote, porém pouco conhecido é o misturado, onde a Televisa misturou duas faixas de áudio: a original e a M&E de dublagem.
Alguns episódios chegaram dessa maneira ao Brasil no fim dos anos 80 e princípios dos 90, mas o Maga preferiu produzir sua propia sonoplastia. Em Itália, os episódios usaram as M&E padronizadas pela empresa mexicana.
Anos mais tarde, a Televisa reconstriu sua sonoplastia, usando como tema de abertura a versão de The Elephants Never Forget exibida no Programa Chespirito.
Enfim, antes de finalizar o post esta é uma classificação dos lotes das séries.
Lote Antigo: Excelente
Lote Velho: Bom
Lote Novo: Regular
Lote Novo 2.0: Péssimo
Lote Novo Remasterizado: Quico
Fim do post. Há mais informações para este blog.
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